Covas do Barroso conta com uma associação para preservar e divulgar as tradições locais:

Centro Cultural de Covas do Barroso

Esta colectividade tem como principal objectivo dar a conhecer aos mais novos e aos visitantes a cultura tradicional destas acolhedoras gentes.

O viandante que pretender pernoitar nesta região terá de deslocar-se à sede concelhia, mas no domínio da restauração existem dois cafés, onde poderão ser degustados os petiscos e os pratos tipicamente transmontanos.

Café “O Nosso Café” — de Artur Dias

Rua Acúrcio Amândio de Castro
Covas do Barroso

Café “Palifrão” — de Domingos Pereira Alves

Rua Acúrcio Amândio de Castro
Covas do Barroso

Acessível através da Estrada Municipal 311, a freguesia de Barroso é detentora de um vasto e rico património natural, arqueológico e arquitectónico, do qual se destaca:

Igreja Paroquial

Este templo, reformado por D. Afonso Anes de Barroso, Escudeiro do Primeiro Duque de Bragança, apresenta uma fachada principal composta por um pórtico que é encimado por um óculo redondo.
De arquitectura românica, esta Igreja apresenta uma cornija embelezada por uma cachorrada e ostenta duas capelas laterais, assim como dois altares. As paredes da capela-mor estão revestidas de belos frescos, sobressaindo, igualmente, a cúpula sustentada por duas nervuras cruzadas no “zenit” da abóbada.
No ano de 1700, a Igreja foi ampliada e o arco cruzeiro desapareceu, tendo o tecto sido aplainado.
D. Afonso Anes Barroso, falecido em 1459, está sepultado neste templo, num sarcófago de pedra, localizado sob um pequeno arco, cavado do lado da Epístola. Na tampa, vislumbra-se a figura de um monge, destacando-se, sob a cabeça, um travesseiro e, aos pés, um cordeiro.
A Igreja Paroquial de Covas do Barroso é um Imóvel de Interesse Público, pelo Decreto n.º 47 508, datado de 24 de Janeiro de 1967.

Capela da Senhora da Saúde

Nesta Capela, datada de 1692, repousam os corpos dos Morgados de Covas do Barroso.
Este templo pertenceu à família Silva e era, na época, de tamanho muito reduzido, tendo, no seu interior, a imagem de Nossa Senhora da Piedade. Entretanto, essa família ofereceu a Capela ao povo e este empreendeu um trabalho de ampliação da mesma.
Reza a lenda que, numa dada altura, houve uma febre na aldeia que estava a provocar a morte a muitos jovens. Então, a população decidiu prometer à Senhora da Saúde que, se esta curasse os doentes, os habitantes comprariam a sua imagem, colocá-la-iam na Capela e celebrariam uma festa em sua honra todos os anos. Essa festa era organizada pelos bairros da Mó de Baixo e da Mó de Cima.

Cruzeiro

Este imponente Cruzeiro bizantino, erigido em 1776, situa-se perto da Capela da Senhora da Saúde.
Trata-se de um Cruzeiro composto por um embasamento quadrado de três degraus simples, sobre os quais assenta um plinto de forma cúbica, com as faces decoradas. Entre o plinto e a coluna, vislumbra-se uma base com moldura em bocel, onde se pode ler a seguinte inscrição:

“PASSIO DOMINI / NOSTRI JESUS / CERISTI ESTA SE F / MDCCLXXVI”.

Sobre o capitel, destaca-se uma base esférica que suporta uma cruz com escultura nas duas faces: a Piedade, de um lado, e Santo António com o Menino ao colo e cruz metálica na mão direita, do outro.

Castro do Poio

O Castro do Poio remonta à Idade do Ferro e localiza-se a cerca de três quilómetros da aldeia, havendo um caminho e uma ponte, na estrada que vai para Dornelas, que permitem o acesso ao Castro.
Este Castro é composto por três muralhas: a primeira situa-se no fundo da ladeira, cerca de dez metros acima da margem do rio, e tem 1 metro e 70 centímetros de largura; a segunda tem a mesma largura e localiza-se 30 centímetros acima da primeira, seguindo em arco de ferradura, relativamente paralela à primeira muralha, num comprimento de cerca de 200 metros; a terceira muralha fica 50 metros acima da anterior e, a certa altura, começa a estreitar, sendo, então, possível observar três anéis de pedras amontoadas que se supõe corresponderem a antigas casas circulares.

Alto do Castro

O Alto do Castro fica localizado na encosta, muito perto da aldeia de Covas. Neste local, encontra-se um conjunto de penedos onde foram descobertas várias peças de cerâmica castreja.

Muro

De acordo com a toponímia, a aldeia de Muro terá sido um castro, uma vez que os vocábulos “muro” e “castro” são sinónimos. Assim, nesta zona da freguesia terá existido uma povoação da proto-história.

Castro do Lesenho

Trata-se de um povoado fortificado, circundado por três linhas de muralhas, que se situa no Outeiro do Lesenho, a cerca de mil metros de altitude, na Serra das Alturas do Barroso. Pensa-se que este Castro remonta ao período pré-romano, mas foi, posteriormente, romanizado. Para além das três muralhas, possui uma defesa natural e um fosso. No interior do fortificado, vislumbram-se vestígios de construções e de cavernas.
Neste Castro, foram encontradas quatro estátuas de guerreiros galaicos, com uma altura entre os 1,5 metros e os 2,5 metros, em granito. Duas destas estátuas estão no Museu Etnográfico Dr. Leite de Vasconcelos, em Belém, enquanto que as restantes podem ser visitadas em Viana do Castelo.
O Castro de Lesenho é Imóvel de Interesse Público, pelo Decreto n.º 29/90, publicado no Diário da República de 17 de Julho de 1990.

Pontes Romanas

Fontanário

Este Fontanário foi construído no século XVIII (1786), destacando-se no seu topo, um cofre de esmolas em granito.

Forno Comunitário

O Forno do Povo é um edifício de planta rectangular, com telhado em granito, que se situa perto do Cruzeiro da aldeia.
Este Forno pode ser utilizado por qualquer pessoa da aldeia de Covas para cozer as boroas de pão, apesar de muitos dos habitantes terem fornos particulares em suas casas.
Os fornos são compostos por tijolos de barro que são aquecidos com lenha, sendo, posteriormente, limpos com matões. Só depois destes procedimentos é que é cozido o pão.
O Forno Comunitário de Covas do Barroso foi construído em pedra e é, habitualmente, utilizado para cozer o pão para a Festa do Carolo, que se celebra no dia 14 de Junho.
De acordo com as leis consuetudinárias desta aldeia transmontana, qualquer pessoa pode abrigar-se no Forno, por um período que não pode exceder as 24 horas.

Canastros

Os Espigueiros ou Canastros são abrigos construídos com o fim de servirem para a secagem das espigas de milho.

Alambiques

Os Alambiques existem em muitas das casas da freguesia e servem para destilar o bagaço das uvas ou mesmo o vinho.

Moinhos

Em Covas do Barroso, existem variados Moinhos de Água, chegando a água até aí através de um regadio que desvia a água do Rio Covas.
Era habitual, cada família dar dinheiro para a construção do moinho e, consoante o dinheiro que pagassem, tinham direito a mais ou menos dias de moagem por semana. As despesas resultantes da manutenção dos Moinhos eram pagas pelos “herdeiros”, conforme a parte a que tivessem direito.

Lagares de Azeite

Em tempos idos, existiram dois lagares de azeite em Covas do Barroso: o de Casa do Silva e o de Casa de Valdasnela. De início, os dois eram movidos a água, mas o de Casa de Valdasnela acabou por ser mecanizado, enquanto que o de Casa do Silva faliu. Em 1979, o segundo Lagar também acabou por deixar de funcionar, por causa de problemas entre os herdeiros da casa.

 

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